Memorial ao Fantasma, 2018 (visão frontal) Granito, cartão postal (1945) e comprovante de voto

Memorial ao Fantasma, 2018 (visão de trás) Granito, cartão postal (1945) e comprovante de voto

Memorial ao fantasma na exposição Encruzilhadas, no Galpão Bela Maré (Outubro, 2018)

Essa obra nasce da urgência e do luto. Após a morte de Marielle Franco me senti muito deprimido e pesado. Algum tipo de percepção negativa do mundo despertou em mim naquelas primeiras semanas pós-execução. Precisava elaborar a angústia dentro de mim e precisava fazer disso um ponto de ebulição artístico. Precisar no sentido de existir mesmo.

Resolvi criar um túmulo, uma tumba, uma placa mortuária. Algo que ninguém poderia duvidar: que era sobre dor, sobre morte. Na placa gravo o duo PRESENÇA / FANTASMA tentando entender as camadas fantasmagóricas da realidade. No vidro coloco um cartão-postal de 1945 que encontrei na feira de antiguidade da praça 15, onde um soldado elogia o outro sobre o trabalho bem feito em meio ao Estado Novo de Getúlio Vargas. Coloco também meu comprovante de voto, justamente o papel que comprova meu voto na Marielle. Carimbo MARIELLE FRANCO atrás, virado pra parte do Fantasma.
É sobre a política de morte. É sobre nossos dias, há séculos.

#MariellePresente

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