A COVA DO ESCRAVO É A CIDADE
Solar dos Abacaxis, 2020
A Cova do Escravo é a Cidade é uma cena concebida dentro da pesquisa Pretofagia de Yhuri Cruz. Entendendo a cena como dispositivo de ação, emancipação e fortalecimento, busca-se nesta obra que o artista chama de uma “opereta pretofágica” unir o canto à ação performática e narrativa, por isso há na cena um coro de três cantoras e um pianista. A cena se baseia no poema homônimo escrito em 2019 pelo artista. A Cova do Escravo é a Cidade é uma ficção sobre um homem negro do século XIX que trabalhava numa fazenda de cana e que ouvia tocar, de dentro da Casa Grande, uma música racista (de nome “A Cova do Escravo”). Enquanto trabalhava, os brancos ouviam a canção em seus encontros e bailes. A partir deste trauma sonoro, ele atravessa o tempo e recria e redireciona o mesmo trauma nos tempos atuais, tornando-se uma assombração. É uma encenação que compreende o terror e o suspense como categoria estética possível de fabulação e empoderamento. Para a cena, o artista cria mais duas máscaras da série PRETUSI (utilizada primeiramente na cena Pretofagia).
A COVA DO ESCRAVO É A CIDADE. Solar dos Abacaxis, Rio de Janeiro 2020. Concepção, texto e direção da cena: Yhuri Cruz. Artistas-criadores da cena: Alex Reis, Dani Câmara, Clara Anastácia, Jade Zimbra, Leo Morais, Nelson da Silva e Yhuri Cruz. Música: Leo Morais. Fotografia: Gabrielle dos Santos.
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